sexta-feira, 9 de novembro de 2007

VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO GERA BRIGA SILENCIOSA

Por Sandra Andrade - 29/10/07
A Superintendência de Engenharia de Tráfego - SET, através do projeto Cidadão no Trânsito, tem buscado ensinar as crianças e adolescentes nas salas de aulas sobre seus direitos e deveres e assim conscientizar essa nova geração de condutores e portanto, evitar a violência. O Cidadão no Trânsito propõe “tratar de temáticas que enfocam o desenvolvimento das potencialidades do indivíduo, tais como, àquelas relacionadas com a capacidade cognitiva, física, afetiva, relação pessoal, ética etc.”

O aumento de acidentes com motocicletas chamam a atenção da população e pede cautela aos seus usuários na capital baiana. Por falta de segurança nas vias urbanas, motoristas e motociclistas travam uma verdadeira guerra silenciosa no trânsito. De um lado os donos de carros com medo de assaltos e prejuízos aos seus veículos e do outro, moto-boys que precisam ser rápidos para garantir o emprego e demonstrar eficiência. De uma forma geral, nota-se medo e desconfiança, que gera o desrespeito e a distribuição da violência.

As famosas “fechadas” são utilizadas pelos motoristas principalmente para evitar os assaltos à mão armada, quebras de vidro, roubos de bolsas, celulares que se tornaram comuns na cidade. Agnaldo Roriz, 34 anos, já foi assaltado três vezes por motociclistas. Na última vez, teve dez mil reais roubados numa perseguição depois de sacar o valor numa agência bancária. “Quando se aproxima uma moto com dois homens, eu travo o carro mesmo, e fico observando, mas não dou fechada”.

Com desenvolvimento do comércio e a necessidade de satisfazer os clientes que prezam por rapidez e comodidade, as ruas se enchem de moto-boys que fazem os serviços de tele-entrega. Presença constante no trânsito de Salvador, fica difícil portanto diferenciar possíveis assaltantes, de trabalhadores e a classe dos motociclistas são tachados pelos motoristas como imprudentes, encrenqueiros e vistos com desconfiança.

Hilton de Souza, 23 anos, motociclista, sofreu dois acidentes em Salvador. Num deles, foi fechado por um caminhoneiro na Av. Barros Reis, que ocasionou numa colisão com um táxi e um outro caminhão. O motorista que provocou o acidente fugiu e ele ficou com o prejuízo de R$ 800,00. “Percebo que muitas vezes os motoristas ficam até chateados por ficar preso em engarrafamentos e ao ver alguns passando pelos corredores, tentam fechar as passagens como forma de protesto. Como em todas as classes, existe motociclista imprudente sim, não há dúvidas. Mas não é por isso que se pode lançar o carro por cima de todos que passam por eles”.

Segundo Agnaldo, não se pode generalizar, mas acredita que 70% dos motociclistas são imprudentes. “Eles vêm `costurando nas pistas ´, arranham os carros e arrancam retrovisores”.
Para Hilton, a necessidade de educação no trânsito vai além: “falta manutenção das pistas, como exemplo a Av. Pinto de Aguiar que está cheia de buracos e principalmente agentes de trânsito eu conheçam o código e te digam aonde você errou para receber multa”, afirma ele.

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